"Um dos primeiros caricaturistas brasileiros foi ANGELO AGOSTINI, italiano de nascença, mas radicado aqui no Brasil. O centenário ocorreu agora em 2010 e eu já começo aqui com minhas homenagens. Meus arquivos são variados e anárquicos, o que me leva a escolher um assunto são estímulos que leio ou ouço: crônicas ou alguém que cita algo e aí vou atrás nos meus arquivos. Neste caso especifico do Agostini quem detonou estes arquivos foi esta crônica de Ruy Castro, para a F.S.Paulo, na passagem do ano. Alertou-me para o fato que este ano haverá centenário de Agostini.
ANGELO AGOSTINI, QUANDO PARTE EM DIREÇÃO A PARIS
(Os arquivos Incríveis de João Antonio d´Agostini)
“Segundo me disseram alguns biógrafos do ANGELO AGOSTINI, ele fugiu do Brasil. Tinha se unido a uma menor de idade. Aqui vêem a edição da REVISTA ILUSTRADA 518, de 1888, com todas as homenagens que os companheiros que ficaram fizeram. PEREIRA NETO desenhou seu retrato na capa e no miolo uma história em quadrinhos, com as façanhas do seu mestre. Este mês de janeiro marca os cem anos de morte do AGOSTINI, por enquanto li apenas um pequeno artigo (até critico ao caricaturista), do MARINGONI, no Estado de São Paulo. Vamos ver ser fazem barulho, tanto quanto ele merece.”
ANGELO AGOSTINI E SUA REVISTA ILUSTRADA 286
“Dia 28/01/10 fez 100 anos que ANGELO AGOSTINI foi embora deste planeta. E ainda continuamos com os mesmos problemas, muitos anos antes de morrer já registrava algumas maneiras de nos livrarmos do temporal. Por exemplo uma carroça em forma de banheira, vejam no pôster central. O que me chama atenção no Agostini é seu tino comercial, vejam na capa. Utiliza o mesmo estratagema que os vendedores de lojas usam, quando vamos atrás de um produto. Ele diz que é o último par de sapatos, que tenho que me apressar se não perco a oferta. Pois ele faz a mesma coisa com sua revista, na capa ele avisa seus leitores para se apressarem para não ficar sem a “assignatura”. Uma ocasião, ele veio pessoalmente aqui a Campinas cobrar os inadimplentes, por intermédio de seu representante comercial Genoud, dono da tradicional livraria. Veio de trem , descreve a viagem na própria revista. Ele inclusive vendia a coleção encadernada , desde os primeiros números. Provavelmente guardava todo o encalhe para isto. Um perfeito empresário, alem de grande artista que foi.”
ANGELO AGOSTINI NO NUMERO 76 da revista DON QUIXOTE
“Quando acabou a sua célebre REVISTA ILUSTRADA, o ANGELO AGOSTINI criou a DON QUIXOTE, que foi até o começo do século XX. Eu particularmente gosto mais desta revista, embora a REVISTA ILUSTRADA historicamente seja mais importante. Quem quer conhecer aquele período faltamente terá que cair nas garras da REVISTA IUSTRADA. A foto não era explorada ainda, de modo que os caricaturistas forneciam o imaginário visual . E a revista de Agostini, juntamente com as outras ilustradas do período, com suas gravuras, forneciam imagens para os leitores. Lembro que Agostini costumava transpor para o desenho quadros famosos, pra que o leitor conhecesse grandes obras que estavam em museus da Europa. Não havia ainda meios de reproduzir um quadro por inteiro na imprensa. Aqui neste número 76, ANGELO AGOSTINI vem a Campinas,onde moro, visitar o livreiro GENOUD. Ele era seu representante comercial, assim veio cobrar elegantemente o amigo, do porquê das assinaturas não estarem sendo pagas. Naquele tempo as revistas não vendiam em banca como hoje, geralmente eram por assinaturas. Mas o que é mais importante neste caso é verificarem que ele se preocupava muito com o lado comercial, a ponto de lançar-se em viagens pra cobrar os caras que não pagavam suas assinaturas. Não vivia de "cavação", como fala Monteiro Lobato, num ensaio sobre Agostini. Leia-se por cavação o hábito dos editores ficarem atrelados ao poder e aos poderosos, cavando literalmente grana pra suas publicações.”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário