SÁBADO, 29 DE JANEIRO, MANHÃ MAIS FRIA AINDA
Meu estoque de tiras do Tatu-man já tinha acabado, depois do café da manhã, voltei pro quarto para produzir mais duas tiras e não deu pra encontrar os amigos. Lá pelas 14h00, fomos pro centro e seguimos por exposições com centenas de imagens, paredes forradas de cartazes de lançamentos, dezenas de estandes com milhares de Quadrinhos e centenas de autores autografando e desenhando sem parar. É uma verdadeira festa. Festa difícil de acompanhar. Tinha pelo menos 5 eventos acontecendo ao mesmo tempo, de hora em hora. Perdemos muita coisa. Achamos outras tantas... Uma exposição do que há de novo nas BDs francesas no Espaço Franquin. Pura arte. E ousada. Exposição de Quadrinhos católicos dentro de uma... catedral! Claro! Óbvio! Mas Crumb dentro da Igreja? Sim, lá estavam páginas ampliadas de sua Gênesis, publicada aqui pela Conrad. Totalmente inusitado, apesar de pertinente. E mais caminhadas pelos estandes. Ganhei um sketchbook do fabuloso italiano Corrado Mastantuono, que já passou por Disney, Bonelli, western, terror e tudo o mais. Claudia ganhou uma caricatura estilo personagem de BD. Virou uma personagem mesmo! Uma figurinha! E o francês todo preocupado se ela tinha gostado, afinal, desenhar autores de HQ é sempre um desafio...
Neste ano, até o Mangá teve destaque com exposição especial e concorrendo ao prêmio principal, Pluto, de Naoki Urasawa e La Chenille, de Suehiro Maruo. Sobre isso, meu luzo-amigo Pedro Bouça, um dos maiores conhecedores de BD, escreveu:
http://www.interney.net/blogs/maximumcosmo/?cat=3357
Concorreram também alguns álbuns publicados no Brasil como Notas sobre Gaza (Joe Sacco) e Logicomix (Apostolos Doxiadis, Christos Harilaos Papadimitriou e Alecos Papadatos). Asterios Polyp (de David Mazzuchelli) será lançado aqui pela Quadrinhos na Cia. Wander Antunes, brasileiro e Jaime Martin, argentino, concorreram com o álbum Toute la Poussière du Chemin. RnR Antédiluvien,com 31 ilustrações, homenageando o bom e velho rock´n´roll, por Baru, Bourhis Hervé (O Pequeno Livro do Rock), Lorenzo Mattotti (Estigmas) e Ted Benoit (Blake e Mortimer).
A experiência foi muito rica.O Festival é grandioso, assim como o frio. Muitos eventos acontecem ao mesmo tempo. Exposições, debates, exibições de vídeos, sessões (disputadíssimas) de autógrafos. Hotel longe. Nada de ônibus, exceto pela sorte de conseguir voltar um dia com o ônibus do Festival até o longínquo Ibis Nord. Quase zero contato com os organizadores do evento e editores presentes no evento. Consegui apresentar a um deles o catálogo da exposição organizada pro Gualberto e Dani (da fantástica HQ Mix Livraria, de Sampa) “Isto é França” com 15 páginas de brasileiros, 15 de franceses, uma delas minha, sobre o Festival de Cannes. Muita gente se acotovelando pelos corredores. Muito frio do lado de fora e descascação de cebola na parte de dentro dos espaços destinados às exposições.
Mas tudo foi muito bom!
O Site Garagem Hermética fez um bom levantamento do evento:
http://ghq.com.br/angouleme-2011
DOMINGO, 30 DE JANEIRO, DESPEDIDA COM MANHÃ GELADA
Acordamos cedo e fomos de táxi com bagagens quase estourando o peso, a temperatura em 2 graus negativos convidava a chocolate quente e conhaque, mas ainda era cedo para este último. Fomos direto para o aeroporto Charles de Gaulle e compramos mais uma bolsa de chocolates maravilhosso e engordativos. Mais uma noite e voltamos para o calor sufocantemente tropical de Campinas. Saudade de Angoulême (não posso ver uma geladeira aberta que me jogo dentro)...
P.S. Repercussões sobre Angoulême 2011(em francês):
http://www.bdangouleme.com/competition/prix%20bd%20alternative%202011/25
E em inglês:
http://www.tcj.com/news/angouleme-2011-aftermath
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